
Demora, mas a gente aprende. Na porrada, dando duro, caindo de cara contra ao chão. Depois de muitas lágrimas, de uma desilusão de rasgar o peito e de profetizar frases duras como “nunca mais”, a gente entende o que não era para ser. Como a amizade que se foi. Acabou, assim, puff, sumiu em meio a tantas lembranças – boas e ruins. Só eu ainda cultivava o inexistente. Só eu sentia falta de quem já nem lembrava mais de mim. Só eu me preocupei em dizer umas poucas palavras que achei que o sentimento ainda merecia – um último suspiro de adeus para algo que muitas vezes me fez gargalhar de alegria.Acho que merece, deixando de lado de toda a minha ingratidão. Acho que foi culpa minha, também – eu tive um papel fundamental na nossa separação. A diferença é que o que meus olhos não viam, meu coração continuou sentindo. Sempre lhe disse – e nenhuma das vezes foi mentira – que batia dentro de mim um sentimento muito forte por você. Mesmo após semanas sem se falar. Mesmo com muito sem saber da vida uma da outra. Eu sempre achei, de verdade, que se em uma sexta à noite decidíssemos sentar e falar, ok, sobre a vida alheia, ainda nos daríamos muito bem. Ainda caminharíamos meio tontas até o banheiro. E no fundo eu sempre soube, mas me faltou até então coragem de assumir: isso tudo só existiu dentro de mim. E toda a amizade que eu te dediquei, ainda que em silêncio, você trocou por um punhado de sorrisos falsos e algumas pessoas que já lhe traíram em sentimentos, diversas vezes. E tudo bem, porque eu jamais imploraria pela amizade de alguém. Não vou dizer que quem saiu perdendo foi você, não serei dessa arrogância. Mas também não posso acreditar que tenha me trocado por ótimas companhias. Que vá ter alguém ao seu lado como eu sempre me predispus a estar. E que no próximo ano, você estará assim, feliz da vida, sem lembrar que um dia eu lhe dediquei todo o meu carinho.No mais, não lhe desejo mal algum, tenho para você todos os meus melhores pensamentos e espero sinceramente que encontre pessoas dispostas a estar ao seu lado sempre. Mas confesso que não me cabe mais nessa história. Você não vai ser um ponto ignorado na minha – mas tão pouco será incondicional, como era. O nosso tempo já passou, agora eu entendi. Foi bom, adeus.

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